sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ainda sobre o Inter...


Nosso amigo ai do lado (não o Didi Mocó) Marcelo Barreto, um dos lúcidos da imprensa esportiva, escreveu algo interessante em sua coluna sobre o finalista da libertadores, inclusive merecendo um espaço no blog do comentarista da Zero Hora Wianey Carlet, que vale a pena transcrever e que mostra a atual fase do clube gaúcho:

“Eu nunca tinha ido a Porto Alegre até começar a trabalhar no SporTV. Hoje, a capital gaúcha talvez seja uma das cidades que mais visitei no Brasil. Uma vez, foi por causa do Grêmio, naquela final de Libertadores sob o comando de Mano Menezes. Outra, a seleção, num joguinho muquirana contra o Peru, pelas Eliminatórias. Todas as outras, quem me levou foi o Inter. No Beira-Rio, vi jogos decisivos pela Libertadores, pela Sul-Americana, pela Recopa. E assisti às festas de todas essas conquistas, além da maior de todas, a que recebeu os jogadores campeões mundiais. Sempre voltei de lá pensando a mesma coisa: estamos vivendo uma época em que é muito bom ser colorado.
Muitos times brasileiros viveram épocas mágicas. Todos conhecemos os exemplos clássicos, recitados sempre com o nome do clube e o do seu principal jogador: o Santos de Pelé, o Botafogo de Garrincha, o Flamengo de Zico, o Inter de Falcão. Todos construíram times vencedores – era outra época, no futebol e na economia – em torno de um grupo especial, que se manteve e criou uma cultura vencedora. A partir dos anos 90, com o comércio da bola num ritmo mais frenético, passou a ser mais difícil fazer essa associação. O São Paulo que conquistou o mundo era o de Telê Santana. O Palmeiras vencedor era o de Wanderley Luxemburgo ou da Parmalat. Os astros em campo raramente eram os mesmos de uma temporada para outra.
No século 21, a coisa já tomou uma proporção que a gente não consegue mais acompanhar. Hoje, num papo no almoço, um colega jornalista falava sobre a situação do Flamengo e se empolgava na comparação do grupo atual com o que foi campeão brasileiro no ano passado: “Aquele time tinha ataque, tinha Adriano, tinha Vágner Love…” E aí caiu a ficha: não tinha. Love é representante de um novo fenômeno do futebol brasileiro, o jogador semestral. Chegou e saiu em 2010.
Como explicar, então, que o Inter, num cenário desses, se mantenha competitivo e muitas vezes vencedor durante tanto tempo?
As explicações vão parecer repetitivas. Não é nenhuma novidade citar a administração de Fernando Carvalho, o projeto sócio-torcedor (que já garantiu a lotação do Beira-Rio para o segundo jogo da final), o bom trabalho nas divisões de base. E sempre haverá quem bote defeito, quem diga que ainda falta um Campeonato Brasileiro para provar que o trabalho é mesmo vitorioso. Mas, vendo o Inter virar um jogo na casa do adversário, hoje, o que me veio à cabeça foi que todos esses assuntos, que muito torcedor acha chatos, merecem – de novo – nossa atenção.
Já não se faz mais um time vitorioso só com a descoberta de um craque, mesmo que seja o maior de todos. Nem com a manutenção de um técnico, ainda que muitos o considerem também o melhor que já houve. Manter-se competitivo e vitorioso, no futebol, exige cada vez mais. O Inter não ganha todas, mas está sempre entre os candidatos. O time que virou o segundo tempo de uma final na casa do adversário tinha jogadores acostumados a grandes decisões, mas tinha também jovens promissores. Para nenhum deles, porém, aquilo era novidade. Eu ainda acredito em cultura vencedora no futebol.
Na semana que vem, o SporTV News vai a Porto Alegre para duas edições especiais. E é bem provável que eu volte de lá pensando o que sempre penso: vivemos numa época em que é muito bom ser colorado".

2 comentários:

  1. já tinha lido essa postagem... agora, veja essa aqui ó... http://colunas.sportv.globo.com/lediocarmona/2010/08/12/o-predestinado-e-o-general/

    Simplesmente animal o q o cara escreveu, na real, na página do GE essa semana dos 5 blogs q aparecem na inicial, 3 destavacam o Internacional, saber q desde a vitória na copa do brasil em 93, nao havíamos ganhado nada até 2005, impressionante, o inter se ganhar o brasileiro este ano, a libertadores e o mundial, se tornará o time da década, pois somente o SP pra fazer frente, q tem 3 brasileiros, um mundial e uma libertadores... dá pra se dizer do milênio né? pois, no início deste, ninguém ganhou tanto como o meu colorado... essas vitórias são para os q resistiram aos anos de vacas magras em virtude da desorganização... Fernandão, Falcão, Tinga são ídolos???? bem capaz, meu ídolo maior é o Fernando Carvalho, merece uma estátua no Beira Rio. Esse cara tinha q dirigir o futebol brasileiro, queria ver jogadores de renome internacional querendo vir ao Brasil pra jogar... rsrs grande abraço!!!

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  2. É, meus amigos e amigas! O Internacional voltou a ser enaltecido. Passada a libertadores (com título ou não), vamos ver até onde o trabalho do clube gaúcho será exemplo. Estamos de olho nos blogueiros (e comentaristas) galácticos!!
    Ao amigo (e colaborador) Ulinha nossos agradecimentos pelas informações sempre pertinentes!

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